top of page
Fundo Maximize.png

Lallemand: o que aprendi quando números precisam atravessar oceanos, enquanto Controller Financeiro

Atualizado: 17 de ago.

Histórias reais na Lallemand: clareza, ritos e gente. Aprendizados que qualquer founder reconhece no dia a dia.

Case: Lallemand

Quando cheguei à Lallemand (biotecnologia) enquanto Controller Financeiro, descobri que meu trabalho não era “só” fechar mês. Era traduzir uma operação espalhada em várias cidades para uma conversa que fizesse sentido para gente em outro fuso, outra cultura e outro ritmo. E, no fim, ver a equipe respirar quando tudo bate — não por vaidade técnica, mas por paz de espírito.


Trabalho como controller no Brasil desde 2021. A Lallemand é uma companhia canadense com presença global; daqui cuidamos de três empresas e quatro fábricas, com um time de 22 pessoas entre Goiânia, Patos de Minas e Piracicaba. Meu guarda-chuva inclui FP&A, orçamento, controladoria/reporting, contabilidade, tesouraria, crédito/cobrança, fiscal e controles internos. O “cabo de força” vai até Montreal, onde o pacote de report mensal precisa contar a história certa, completa e no tempo certo.


O cotidiano real de um Controller Financeiro (3 cenas rápidas)


1) Fechamento no chão de fábrica. A planilha diz uma coisa; o estoque físico diz outra; a produção tem seus motivos. O que funciona é juntar as pessoas certas, alinhar critérios, bater número com realidade e registrar a regra para o mês seguinte não virar improviso. (Esse hábito muda cultura.)


2) Reunião com a matriz. Não é “passar slide”: é contar a operação em uma linguagem que o board entende — o que aconteceu, por que aconteceu e o que vamos fazer agora. Quando a história é honesta, o número “difícil” vira decisão, não atrito. (E isso reduz ruído para todo mundo.)


3) Integração e sistemas. Fizemos a integração de três negócios e seguimos com implantação de ERP. Na prática, é aprender a andar e trocar o motor ao mesmo tempo. O segredo não é heroísmo: são checklists, donos claros, revezamento de ritmos e respeito às restrições do time.



O que essa experiência deixou em mim

  • Clareza antes de perfeição. Primeiro a verdade do número; depois o refinamento.

  • Rito > promessa. D+ só existe quando há responsável, insumo e agenda.

  • Mapa único de realidade. Contábil e gerencial não são rivais — são duas lentes que precisam conversar.

  • Caixa é oxigênio. Aprendi a olhar capital de giro com lupa: onde o dinheiro trava e como ele volta a girar. (Quando acerta, a empresa literalmente respira.) (Maxmilliano Reis)

  • Gente cresce quando confia no processo. Nada substitui a sensação do time de que “dessa vez a casa está em ordem”.


O que levo para qualquer conversa com founders

  • Explicar é parte do trabalho. Se não dá para explicar num quadro branco, não está claro o suficiente.

  • Narrativa sincera evita noites piores. Às vezes, a resposta é “vai dar diferença”. Dita cedo e com calma, ela salva energia.

  • Previsão honesta > acerto pontual. Importa menos “acertar de primeira” e mais aprender rápido e ajustar o rumo.

  • Sistema novo sem trauma. Mudar ferramenta é mudar hábitos: começa pequeno, documenta, treina e só então acelera.

  • Respeito ao tempo das pessoas. Resultado não vem de cobrança no volume máximo, mas de combinações cumpridas.


No fim, trabalhar numa multinacional ensinou algo simples e difícil: números existem para pessoas decidirem melhor. Parece óbvio, mas, quando a rotina aperta, a gente esquece. A Lallemand me lembrou isso todo mês — e toda chamada para o exterior. O que fica é a calma de quem sabe onde pisa e a vontade de manter esse padrão quando as coisas crescem.



Notas de contexto: Lallemand é uma multinacional canadense com atuação em 75+ países; no Brasil, a função inclui liderar áreas financeiras/contábeis, conduzir o pacote de report mensal para a matriz, tocar orçamento/forecast e projetos de integração/ERP — com equipe distribuída entre GO, MG e SP.


Comentários


bottom of page