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Believe: o que aprendi tentando fazer uma empresa crescer do zero

Atualizado: 17 de ago.


Uma equipe de profissionais de uma escola de idiomas. Estão reunidos na recepção da escola.
Acervo pessoal. Equipe Believe Escola de idiomas.

Fui fundador da Believe Escola de Idiomas entre 2017 e 2022. Eu queria ter uma experiência do empreendedorismo da vida real, logo decidi fazer uma empresa crescer do zero. Antes de qualquer planilha, teve porta aberta, café passado e um monte de coisas acontecendo ao mesmo tempo. É um texto sobre rotina, pressão e força de vontade — e sobre como números ganham rosto quando a empresa é sua.


Três cenas que não saem da cabeça

1) Folha às 18h da sexta.O relógio corre, o caixa aperta e a decisão não é teórica. É quem recebe quando, como comunicar e o que ajustar para o mês seguinte. Aprendi ali que runway (fôlego de caixa) não é conceito; é gente.

2) A matrícula que não veio.Você oferece aula extra, liga, ajusta proposta, visita a família… e mesmo assim o aluno não fecha. Leva um tempo para entender que perda faz parte e que o importante é registrar o motivo para o próximo ciclo do comercial aprender mais rápido.

3) A turma que virou comunidade.Entre um módulo e outro, a escola vira ponto de encontro. A taxa de renovação melhora porque alguém escutou no corredor. Parece detalhe, mas é retenção — e retenção paga muitas contas.


O que doeu (e ensinou) enquanto eu fazia uma empresa crescer do zero

  • Caixa é oxigênio. A primeira verdade do mês. Quando falta, todo o resto perde cor.

  • Preço conversa com valor. Não adianta “baratear” sem contar a história certa; desconto sem narrativa só come margem e piora a percepção.

  • Rito salva semana. Segunda de prioridades, quinta de cobrança, sexta de acertos. Sem ritual, a operação desorganiza a cabeça.

  • Gente segura a onda. Quem atende no balcão, dá aula, responde mensagem — decide a sua reputação antes de você.

  • Medir é explicar. Métrica que ninguém entende vira dor de cabeça. Métrica explicada vira ação.


Coisas que eu faria mais cedo

  • Calendário real de caixa (13 semanas). Para dormir melhor e evitar sustos.

  • Uma página de “o que é sucesso deste mês”. Três metas, quem faz, quando fecha. Sem novela.

  • Notas de perda. Registrar por que não fechou/renovou para corrigir processo, não culpar pessoas.

  • Treinos curtos e frequentes. Ensinar “como fazemos aqui” vale mais do que um manual bonito.

  • Comunicação sincera. Quando a maré baixa, verdade dita cedo salva energia do time.


Coisas que eu desaprendi (a duras penas)

  • “Eu resolvo tudo.” Ninguém opera no 220V por muito tempo. Delegar é sobreviver.

  • “Quando vender mais, arruma.” A bagunça cresce junto e costuma sair mais cara.

  • “Todo cliente é meu cliente.” Não é. Dizer não evita prometer o que você não pode cumprir.



Encerrar também é gestão

Em 2022, encerrei a operação. Dói escrever. Mas aprendi que fechar do jeito certo — conversando, combinando, olhando nos olhos — também é parte da responsabilidade com gente e com número. Eu brinco que foi um MBA da vida real: curto em slides, imenso em aprendizagem.


O que ficou comigo

  • Clareza antes de perfeição. Primeiro a realidade; depois o polimento.

  • Ritos e donos. Quando a rotina gira, a ansiedade desce.

  • Respeito pelos ciclos. Toda empresa tem sua “safra”: tem hora de plantar, colher e rever a rota.

  • Linguagem que cabe num quadro branco. Se não dá para explicar simples, ainda não está claro.


Se você é founder e está no olho do furacão: eu sei como é. Tem dia de alegria e dia de apertar o coração. O que aprendi no Believe me acompanha até hoje: cuidar de gente enquanto cuido dos números, e lembrar que empresa boa é a que respira — por dentro e por fora.


Notas de contexto: Fui fundador da Believe entre 2017 e 2022. A experiência me deu uma visão prática de produto, vendas, atendimento, caixa, preço, retenção e rotina de operação — aprendizados que levo comigo em qualquer conversa sobre crescimento.




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